sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O Interferência e eu.


Vendo tantas crianças na porta dos bares na minha quebrada, sempre tive vontade de mudar o jogo.
Uma casa na favela Santiago ficou disponível quando um morador foi covardemente assassinado, ele era um cara muito bom, mas o preconceito por ser homossexual foi maior.
Tido dia eu olhava aquela casa fechada e decidi transformar ela num lugar dessa vez com uma história com final início, meio e final feliz.
Comecei dando aulas aos sábados, tínhamos um tapete, uma mesinha (dada pela Casa do Zezinho) e os livros.
As crianças começaram a entrar e tivemos a vontade de contratar uma professora em tempo integral.
Já são 5 anos nesse lindo dia-a-dia com a cultura, alguns amigos passaram por lá para ajudar, outros nunca sequer pisaram, mas uma coisa o Sebastião pode ter orgulho onde estiver, que agente tem muito amor e carinho lá onde ele morou.
Hoje o lugar se chama Interferência, onde cada criança entra, estuda, pinta, sorri, e depois ela mesma limpa para a próxima, e é meu maior projeto como ser humano.
Quando alguém vem me agradecer por estar fazendo isso, eu sinceramente não entendo, pois sou eu que estou recebendo abraços e sorrisos todos os dias, e isso é o maior pagamento do mundo.
Em dezembro vamos fazer nossa festa de natal, todos os amigos estão convidados, já passei natal em família muitas vezes, mas agora ela é bem maior.
Obrigado a todos que fazem parte desse grande sonho, que foi um grão de areia num mar de coisas ruins, mas esse grão se multiplicou e está virando um lindo castelo, e graças a cada colaborador não é de areia. Ferréz.

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